Quem pode, pode, bem-te-vi! - Manuel de Oliveira Paiva

Quem pode, pode, bem-te-vi!

Oh Bem-te-vi! Que estou vendo?
Desrespeita a calvície,
A humildade e a sandice
Desse Urubu reverendo?

Respeita a roupa de luto,
A mudez e ao tamanho,
Mesmo ao nome que tem ganho
O pobre Urubu matuto!

Quer nos ares, quer pousado,
Quer no campo, ou na cidade,
Não lhe poupas com teu bico!?

Acaso és tu copiado
Nos moldes da humanidade?
—É ele pobre e tu rico?

Manuel de Oliveira Paiva


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Poema ao acaso