Os patrões estão sempre e em toda parte em conluio tácito, mas constante e uniforme para não elevar os salários do trabalho acima de sua taxa em vigor. Violar esse conluio é sempre um ato altamente impopular, e uma espécie de reprovação para o patrão no seio da categoria. Raramente ouvimos falar de conluios que tais porque costumeiros, podendo dizer-se constituírem o natural estado de coisas de que ninguém ouve falar freqüentemente, os patrões também fazem conchavos destinados a baixar os salários do trabalho, mesmo aquém de sua taxa em vigor. Essas combinações sempre são conduzidas sob o máximo silêncio e sigilo, que perdura até ao momento da execução; e quando os trabalhadores cedem, como fazem às vezes, sem resistir, embora profundamente ressentidos, isso jamais é sabido de público.
Adam Smith
Em tais
ocasiões, os patrões fazem o mesmo alarido de seu lado, e nunca
cessam de clamar alto pela intervenção da autoridade e pelo
cumprimento das leis estabelecidas com tanto rigor contra as associações
dos serviçais, trabalhadores e diaristas. Por isso, os trabalhadores
raramente auferem alguma vantagem da violência dessas associações
tumultuosas, que, em parte devido à interferência da autoridade, em
parte à firmeza dos patrões, e em parte por causa da necessidade à
qual a maioria dos trabalhadores está sujeita por força da
subsistência atual —geralmente não resultando senão na punição
ou ruína dos líderes. Mas, embora nas disputas com os operários os
patrões geralmente levem vantagem, existe uma determinada taxa
abaixo da qual parece impossível reduzir por longo tempo os salários
normais, mesmo em se tratando do tipo de trabalho menos qualificado.
O homem sempre precisa viver de seu trabalho, e seu salário deve ser
suficiente, no mínimo, para a sua manutenção. Esses salários
devem até constituir-se em algo mais, na maioria das vezes; de outra forma
seria impossível para ele sustentar uma família e os trabalhadores
não poderiam ir além da primeira geração.
Adam Smith
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