Jacques Rousseau - Eis os funestos fiadores de que a maior parte dos nossos males são nossa própria obra

A extrema desigualdade na maneira de viver, o excesso de ociosidade de uns, o excesso de trabalho de outros, a facilidade de irritar e satisfazer nossos apetites e nossa sensualidade, os alimentos muito requintados dos ricos, que os nutrem com sucos excitantes e os afligem com indigestões, a má nutrição dos pobres, que chega muitas vezes a faltar-lhes, obrigando-os a sobrecarregar avidamente o estômago quando podem, as vigílias, os excesso de toda espécie, os transportes imoderados de todas as paixões, as fadigas e o esgotamento de espírito, os pesares e as penas sem número que se experimentam em todos os estados e que perpetuamente arruínam as almas: eis os funestos fiadores de que a maior parte dos nossos males são nossa própria obra de que poderíamos evitá-los quase todos conservando a maneira de viver simples, uniforme e solitária, que nos foi prescrita...

Jacques Rousseau

Fragmento do Livro "Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens".


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Poema ao acaso