Contudo, esses casos não são muito freqüentes, e em todas as partes da Europa, para cada trabalhador autônomo existem vinte que servem a um patrão; subentende-se que os salários do trabalho são em todos os lugares como geralmente são, quando o trabalhador é uma pessoa, e o proprietário do capital que emprega o trabalhador é outra pessoa. Quais são os salários comuns ou normais do trabalho? Isso depende do contrato normalmente feito entre as duas partes, cujos interesses, aliás, de forma alguma são os mesmos. Os trabalhadores desejam ganhar o máximo possível, os patrões pagar o mínimo possível. Os primeiros procuram associar-se entre si para levantar os salários do trabalho, os patrões fazem o mesmo para baixá-los.
Não é
difícil prever qual das duas partes, normalmente, leva vantagem na
disputa e no poder de forçar a outra a concordar com as suas
próprias cláusulas. Os patrões, por serem menos numerosos, podem
associar-se com maior facilidade; além disso, a lei autoriza ou pelo
menos não os proíbe, ao passo que para os trabalhadores ela proíbe.
Não há leis do Parlamento que proíbam os patrões de combinar uma
redução dos salários; muitas são, porém, as leis do Parlamento
que proíbem associações para aumentar os salários. Em todas essas
disputas, o empresário tem capacidade para agüentar por muito mais
tempo. p.118-119
Adam Smith
Nenhum comentário:
Postar um comentário