O amanhecer das criaturas
O dia forma-se
de quase nada:
um seio nu
por entre pálpebras,
o sol que raia
e a luz acesa
no arranha-céu
que a aurora lava.
A mão incerta
deixa na rósea
carne dormida
o gesto equívoco.
Tudo é lilá
na luminosa e vã
partilha.
No dia imenso
nascem tesouros:
curvos, redondos.
O pão à porta,
depois o leite,
e o erguer dos corpos.
Lêdo Ivo
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