O caminho do pão
O trote do velho burro
é cansado, na vereda.
O babaçu que balança
é chumbo e fogo no seu lombo
rasgado pela espora.
Com o gemido espasmódico,
pelo rabo lhe escorre
massa fresca com (o)dor.
Para trás, finca o estrume.
Bem atrás, fala o chicote:
vida e morte se abraçam.
E o suor do roceiro
se (re)parte entre aqueles
que não roçam.
Belinha Neves
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