Caminhos - Aloísio de Castro

Caminhos

Caminhos da minha vida,
Caminhos do meu andar...
Errando entre ida e venida
Andei a terra, andei o mar.
Esperança deu-me alento
E, as asas livres no azul,
A correr mundo com o vento
Voei ao norte, voei ao sul.
Vales, plainos, bosques, montes,
Caminhos chãos, campo em flor,
De todos os horizontes
Vi abrir-se o resplendor.
Largado pelas estradas,
Romeiro cheio de pó,
De sol a sol, caminhadas,
Peregrinei, crente e só.
Cruzei o mar, velas soltas,
Vi o deserto e os areais
E o rio com as suas voltas,
Sem duas voltas iguais.
Entre alegria e gemidos,
Pelo sonho divaguei.
Ah, meus caminhos perdidos
A que não mais tornarei!
Onde agora, incerto passo,
Me levas na vida, ao léu?
Nos infinitos do espaço,
Deixa-me ir dos céus ao céu.
Onde a entrada, onde a saída?
Quem vai não sabe voltar.
Caminhos da minha vida,
Caminhos do meu andar...

Aloísio de Castro



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poema ao acaso