Capítulo 53
1 | Diz o tolo em seu coração: “Deus não existe!” Corromperam-se e cometeram injustiças detestáveis; não há ninguém que faça o bem. |
2 | Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se há alguém que tenha entendimento, alguém que busque a Deus. |
3 | Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer. |
4 | Será que os malfeitores não aprendem? Eles devoram o meu povo como quem come pão, e não clamam a Deus! |
5 | Olhem! Estão tomados de pavor, quando não existe motivo algum para temer! Pois foi Deus quem espalhou os ossos dos que atacaram você; você os humilhou porque Deus os rejeitou. |
6 | Ah, se de Sião viesse a salvação para Israel! Quando Deus restaurar[89] o seu povo, Jacó exultará! Israel se regozijará! [89] Ou trouxer de volta os cativos do seu |
Capítulo 54
1 | Salva-me, ó Deus, pelo teu nome; defende-me pelo teu poder. |
2 | Ouve a minha oração, ó Deus; escuta as minhas palavras. |
3 | Estrangeiros[90] me atacam; homens cruéis querem matar-me, homens que não se importam com Deus. Pausa [90] Alguns manuscritos do Texto Massorético dizem Arrogantes. |
4 | Certamente Deus é o meu auxílio; é o Senhor que me sustém. |
5 | Recaia o mal sobre os meus inimigos! Extermina-os por tua fidelidade! |
6 | Eu te oferecerei um sacrifício voluntário; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque tu és bom. |
7 | Pois ele me livrou de todas as minhas angústias, e os meus olhos contemplaram a derrota dos meus inimigos. |
Capítulo 55
1 | Escuta a minha oração, ó Deus, não ignores a minha súplica; |
2 | ouve-me e responde-me! Os meus pensamentos me perturbam, e estou atordoado |
3 | diante do barulho do inimigo, diante da gritaria[91] dos ímpios; pois eles aumentam o meu sofrimento e, irados, mostram seu rancor. [91] Ou opressão |
4 | O meu coração está acelerado; os pavores da morte me assaltam. |
5 | Temor e tremor me dominam; o medo tomou conta de mim. |
6 | Então eu disse: Quem dera eu tivesse asas como a pomba; voaria até encontrar repouso! |
7 | Sim, eu fugiria para bem longe, e no deserto eu teria o meu abrigo. Pausa |
8 | Eu me apressaria em achar refúgio longe do vendaval e da tempestade. |
9 | Destrói os ímpios, Senhor, confunde a língua deles, pois vejo violência e brigas na cidade. |
10 | Dia e noite eles rondam por seus muros; nela permeiam o crime e a maldade. |
11 | A destruição impera na cidade; a opressão e a fraude jamais deixam suas ruas. |
12 | Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; se um adversário se levantasse contra mim, eu poderia defender-me; |
13 | mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo chegado, |
14 | você, com quem eu partilhava agradável comunhão enquanto íamos com a multidão festiva para a casa de Deus! |
15 | Que a morte apanhe os meus inimigos de surpresa! Desçam eles vivos para a sepultura[92], pois entre eles o mal acha guarida. [92] Hebraico: Sheol. Essa palavra também pode ser traduzida por profundezas, pó ou morte. |
16 | Eu, porém, clamo a Deus, e o Senhor me salvará. |
17 | À tarde, pela manhã e ao meio-dia choro angustiado, e ele ouve a minha voz. |
18 | Ele me guarda ileso na batalha, sendo muitos os que estão contra mim. |
19 | Deus, que reina desde a eternidade, me ouvirá e os castigará. Pausa Pois jamais mudam sua conduta e não têm temor de Deus. |
20 | Aquele homem se voltou contra os seus aliados, violando o seu acordo. |
21 | Macia como manteiga é a sua fala, mas a guerra está no seu coração; suas palavras são mais suaves que o óleo, mas são afiadas como punhais. |
22 | Entregue suas preocupações ao Senhor, e ele o susterá; jamais permitirá que o justo venha a cair. |
23 | Mas tu, ó Deus, farás descer à cova da destruição aqueles assassinos e traidores, os quais não viverão a metade dos seus dias. Quanto a mim, porém, confio em ti. |
Capítulo 56
1 | Tem misericórdia de mim, ó Deus, pois os homens me pressionam; o tempo todo me atacam e me oprimem. |
2 | Os meus inimigos pressionam-me sem parar; muitos atacam-me arrogantemente. |
3 | Mas eu, quando estiver com medo, confiarei em ti. |
4 | Em Deus, cuja palavra eu louvo, em Deus eu confio, e não temerei. Que poderá fazer-me o simples mortal? |
5 | O tempo todo eles distorcem as minhas palavras; estão sempre tramando prejudicar-me. |
6 | Conspiram, ficam à espreita, vigiam os meus passos, na esperança de tirar-me a vida. |
7 | Deixarás escapar essa gente tão perversa? [93]Na tua ira, ó Deus, derruba as nações. [93] Ou Rejeita-os por causa de sua maldade; |
8 | Registra, tu mesmo, o meu lamento; recolhe as minhas lágrimas em teu odre; acaso não estão anotadas em teu livro? |
9 | Os meus inimigos retrocederão, quando eu clamar por socorro. Com isso saberei que Deus está a meu favor. |
10 | Confio em Deus, cuja palavra louvo, no Senhor, cuja palavra louvo, |
11 | em Deus eu confio, e não temerei. Que poderá fazer-me o homem? |
12 | Cumprirei os votos que te fiz, ó Deus; a ti apresentarei minhas ofertas de gratidão. |
13 | Pois me livraste da morte e os meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz que ilumina os vivos. |
Capítulo 57
1 | Misericórdia, ó Deus; misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia. Eu me refugiarei à sombra das tuas asas, até que passe o perigo. |
2 | Clamo ao Deus Altíssimo, a Deus, que para comigo cumpre o seu propósito. |
3 | Dos céus ele me envia a salvação, põe em fuga os que me perseguem de perto; Pausa Deus envia o seu amor e a sua fidelidade. |
4 | Estou em meio a leões, ávidos para devorar; seus dentes são lanças e flechas, suas línguas são espadas afiadas. |
5 | Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus! Sobre toda a terra esteja a tua glória! |
6 | Preparam armadilhas para os meus pés; fiquei muito abatido. Abriram uma cova no meu caminho, mas foram eles que nela caíram. Pausa |
7 | Meu coração está firme, ó Deus, meu coração está firme; cantarei ao som de instrumentos! |
8 | Acorde, minha alma! Acordem, harpa e lira! Vou despertar a alvorada! |
9 | Eu te louvarei, ó Senhor, entre as nações; cantarei teus louvores entre os povos. |
10 | Pois o teu amor é tão grande que alcança os céus; a tua fidelidade vai até as nuvens. |
11 | Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus! Sobre toda a terra esteja a tua glória! |
Capítulo 58
1 | Será que vocês, poderosos[94], falam de fato com justiça? Será que vocês, homens, julgam retamente? [94] Ou deuses |
2 | Não! No coração vocês tramam a injustiça, e na terra as suas mãos espalham a violência. |
3 | Os ímpios erram o caminho desde o ventre; desviam-se os mentirosos desde que nascem. |
4 | Seu veneno é como veneno de serpente; tapam os ouvidos, como a cobra que se faz de surda |
5 | para não ouvir a música dos encantadores, que fazem encantamentos com tanta habilidade. |
6 | Quebra os dentes deles, ó Deus; arranca, Senhor, as presas desses leões! |
7 | Desapareçam como a água que escorre! Quando empunharem o arco, caiam sem força as suas flechas! [95] [95] Ou murchem como a erva que é pisada! |
8 | Sejam como a lesma que se derrete pelo caminho; como feto abortado, não vejam eles o sol! |
9 | Os ímpios serão varridos antes que as suas panelas sintam o calor da lenha[96], esteja ela verde ou seca. [96] Hebraico: dos espinhos. |
10 | Os justos se alegrarão quando forem vingados, quando banharem seus pés no sangue dos ímpios. |
11 | Então os homens comentarão: “De fato os justos têm a sua recompensa; com certeza há um Deus que faz justiça na terra”. |
Capítulo 59
1 | Livra-me dos meus inimigos, ó Deus; põe-me fora do alcance dos meus agressores. |
2 | Livra-me dos que praticam o male salva-me dos assassinos. |
3 | Vê como ficam à minha espreita! Homens cruéis conspiram contra mim, sem que eu tenha cometido qualquer delito ou pecado, ó Senhor. |
4 | Mesmo eu não tendo culpa de nada, eles se preparam às pressas para atacar-me. Levanta-te para ajudar-me; olha para a situação em que me encontro! |
5 | Ó Senhor, Deus dos Exércitos, ó Deus de Israel! Desperta para castigar todas as nações; não tenhas misericórdia dos traidores perversos. Pausa |
6 | Eles voltam ao cair da tarde, rosnando como cães e rondando a cidade. |
7 | Vê que ameaças saem de suas bocas; seus lábios são como espadas, e dizem: “Quem nos ouvirá?” |
8 | Mas tu, Senhor, vais rir deles; caçoarás de todas aquelas nações. |
9 | Ó tu, minha força, por ti vou aguardar; tu, ó Deus, és o meu alto refúgio. |
10 | O meu Deus fiel virá ao meu encontroe permitirá que eu triunfe sobre os meus inimigos. |
11 | Mas não os mates, ó Senhor, nosso escudo, se não, o meu povo o esquecerá. Em teu poder faze-os vaguearem, e abate-os. |
12 | Pelos pecados de suas bocas, pelas palavras de seus lábios, sejam apanhados em seu orgulho. Pelas maldições e mentiras que pronunciam, |
13 | consome-os em tua ira, consome-os até que não mais existam. Então se saberá até os confins da terra que Deus governa Jacó. Pausa |
14 | Eles voltam ao cair da tarde, rosnando como cães, e rondando a cidade. |
15 | À procura de comida perambula me, se não ficam satisfeitos, uivam. |
16 | Mas eu cantarei louvores à tua força; de manhã louvarei a tua fidelidade, pois tu és o meu alto refúgio, abrigo seguro nos tempos difíceis. |
17 | Ó minha força, canto louvores a ti; tu és, ó Deus, o meu alto refúgio, o Deus que me ama. |
Capítulo 60
1 | Tu nos rejeitaste e nos dispersaste, ó Deus; tu derramaste a tua ira; restaura-nos agora! |
2 | Sacudiste a terra e abriste-lhe fendas; repara suas brechas, pois ameaça desmoronar-se. |
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
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Capítulo 63
1 | Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água. |
2 | Quero contemplar-te no santuário e avistar o teu poder e a tua glória. |
3 | O teu amor é melhor do que a vida! Por isso os meus lábios te exaltarão. |
4 | Enquanto eu viver te bendirei, e em teu nome levantarei as minhas mãos. |
5 | A minha alma ficará satisfeita como quando tem rico banquete; com lábios jubilosos a minha boca te louvará. |
6 | Quando me deito lembro-me de ti; penso em ti durante as vigílias da noite. |
7 | Porque és a minha ajuda, canto de alegria à sombra das tuas asas. |
8 | A minha alma apega-se a ti; a tua mão direita me sustém. |
9 | Aqueles, porém, que querem matar-me serão destruídos; descerão às profundezas da terra. |
10 | Serão entregues à espada e devorados por chacais. |
11 | Mas o rei se alegrará em Deus; todos os que juram pelo nome de Deus o louvarão, mas as bocas dos mentirosos serão tapadas. |
Capítulo 64
1 | Ouve-me, ó Deus, quando faço a minha queixa; protege a minha vida do inimigo ameaçador. |
2 | Defende-me da conspiração dos ímpios e da ruidosa multidão de malfeitores. |
3 | Eles afiam a língua como espada e apontam, como flechas, palavras envenenadas. |
4 | De onde estão emboscados atiram no homem íntegro; atiram de surpresa, sem qualquer temor. |
5 | Animam-se uns aos outros com planos malignos, combinam como ocultar as suas armadilhas, e dizem: “Quem as[100] verá?” [100] Ou nos |
6 | Tramam a injustiça e dizem: “Fizemos[101] um plano perfeito!” A mente e o coração de cada um deles o encobrem! [102] [101] Ou Eles ocultam [102] Ou Ninguém nos descobrirá! |
7 | Mas Deus atirará neles suas flechas; repentinamente serão atingidos. |
8 | Pelas próprias palavras farão cair uns aos outros; menearão a cabeça e zombarão deles todos os que os virem. |
9 | Todos os homens temerão, e proclamarão as obras de Deus, refletindo no que ele fez. |
10 | Alegrem-se os justos no Senhor e nele busquem refúgio; congratulem-se todos os retos de coração! |
Capítulo 65
1 | O louvor te aguarda[103] em Sião, ó Deus; os votos que te fizemos serão cumpridos. [103] Ou O louvor é apropriado a ti |
2 | Ó tu que ouves a oração, a ti virão todos os homens. |
3 | Quando os nossos pecados pesavam sobre nós, tu mesmo fizeste propiciação por nossas transgressões. |
4 | Como são felizes aqueles que escolhes e trazes a ti, para viverem nos teus átrios! Transbordamos de bênçãos da tua casa, do teu santo templo! |
5 | Tu nos respondes com temíveis feitos de justiça, ó Deus, nosso Salvador, esperança de todos os confins da terra e dos mais distantes mares. |
6 | Tu que firmaste os montes pela tua força, pelo teu grande poder. |
7 | Tu que acalmas o bramido dos mares, o bramido de suas ondas, e o tumulto das nações. |
8 | Tremem os habitantes das terras distantes diante das tuas maravilhas; do nascente ao poente despertas canções de alegria. |
9 | Cuidas da terra e a regas; fartamente a enriqueces. Os riachos de Deus transbordam para que nunca falte o trigo, pois assim ordenaste. [104] [104] Ou pois é assim que preparas a terra. |
10 | Encharcas os seus sulcos e aplainas os seus torrões; tu a amoleces com chuvas e abençoas as suas colheitas. |
11 | Coroas o ano com a tua bondade, e por onde passas emana fartura; |
12 | fartura vertem as pastagens do deserto, e as colinas se vestem de alegria. |
13 | Os campos se revestem de rebanhos e os vales se cobrem de trigo; eles exultam e cantam de alegria! |
Capítulo 66
1 | Aclamem a Deus, povos de toda terra! |
2 | Cantem louvores ao seu glorioso nome; louvem-no gloriosamente! |
3 | Digam a Deus: Quão temíveis são os teus feitos! Tão grande é o teu poder que os teus inimigos rastejam diante de ti! |
4 | Toda a terra te adora e canta louvores a ti, canta louvores ao teu nome. Pausa |
5 | Venham e vejam o que Deus tem feito; como são impressionantes as suas obras em favor dos homens! |
6 | Ele transformou o mar em terra seca, e o povo atravessou as águas[105] a pé; e ali nos alegramos nele. [106] [105] Ou o rio [106] Ou venham, alegremo-nos nele. |
7 | Ele governa para sempre com o seu poder, seus olhos vigiam as nações; que os rebeldes não se levantem contra ele! Pausa |
8 | Bendigam o nosso Deus, ó povos, façam ressoar o som do seu louvor; |
9 | foi ele quem preservou a nossa vida impedindo que os nossos pés escorregassem. |
10 | Pois tu, ó Deus, nos submeteste à prova e nos refinaste como a prata. |
11 | Fizeste-nos cair numa armadilha e sobre nossas costas puseste fardos. |
12 | Deixaste que os inimigos cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água, mas a um lugar de fartura[107] nos trouxeste. [107] Algumas versões antigas dizem de repouso. |
13 | Para o teu templo virei com holocaustos[108]e cumprirei os meus votos para contigo, [108] Isto é, sacrifícios totalmente queimados; também no versículo 15. |
14 | votos que os meus lábios fizeram e a minha boca falou quando eu estava em dificuldade. |
15 | Oferecerei a ti animais gordos em holocausto; sacrificarei carneiros, cuja fumaça subirá a ti, e também novilhos e cabritos. Pausa |
16 | Venham e ouçam, todos vocês que temem a Deus; vou contar-lhes o que ele fez por mim. |
17 | A ele clamei com os lábios; com a língua o exaltei. |
18 | Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria; |
19 | mas Deus me ouviu, deu atenção à oração que lhe dirigi. |
20 | Louvado seja Deus, que não rejeitou a minha oração nem afastou de mim o seu amor! |
Capítulo 67
1 | Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós[109], Pausa [109] Isto é, mostre-nos a sua bondade. |
2 | para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, a tua salvação entre todas as nações. |
3 | Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos. |
4 | Exultem e cantem de alegria as nações, pois governas os povos com justiça e guias as nações na terra. Pausa |
5 | Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos. |
6 | Que a terra dê a sua colheita, e Deus, o nosso Deus, nos abençoe! |
7 | Que Deus nos abençoe, e o temam todos os confins da terra. |
Capítulo 68
1 | Que Deus se levante! Sejam espalhados os seus inimigos, fujam dele os seus adversários. |
2 | Que tu os dissipes assim como o vento leva a fumaça; como a cera se derrete na presença do fogo, assim pereçam os ímpios na presença de Deus. |
3 | Alegrem-se, porém, os justos! Exultem diante de Deus! Regozijem-se com grande alegria! |
4 | Cantem a Deus, louvem o seu nome, exaltem aquele que cavalga sobre as nuvens; [110]seu nome é Senhor! Exultem diante dele! [110] Ou preparem o caminho para aquele que cavalga pelos desertos; |
5 | Pai para os órfãos e defensor das viúvas é Deus em sua santa habitação. |
6 | Deus dá um lar aos solitários, liberta os presos para a prosperidade, mas os rebeldes vivem em terra árida. |
7 | Quando saíste à frente do teu povo, ó Deus, quando marchaste pelo ermo, Pausa |
8 | a terra tremeu, o céu derramou chuva diante de Deus, o Deus do Sinai, diante de Deus, o Deus de Israel. |
9 | Deste chuvas generosas, ó Deus; refrescaste a tua herança exausta. |
10 | O teu povo nela se instalou, e da tua bondade, ó Deus, supriste os pobres. |
11 | O Senhor anunciou a palavra, e muitos mensageiros a proclamavam: |
12 | Reis e exércitos fogem em debandada; a dona-de-casa reparte os despojos. [111] [111] Ou as belas mulheres do palácio são repartidas como despojo. |
13 | Mesmo quando vocês dormem entre as fogueiras do acampamento[112], as asas da minha pombaestão recobertas de prata, as suas penas, de ouro reluzente. [112] Ou os alforjes |
14 | Quando o Todo-poderoso espalhou os reis, foi como neve no monte Zalmom. |
15 | Os montes de Basã são majestosos; escarpados são os montes de Basã. |
16 | Por que, ó montes escarpados, estão com inveja do monte que Deuses colheu para sua habitação, onde o próprio Senhor habitará para sempre? |
17 | Os carros de Deus são incontáveis, são milhares de milhares; neles o Senhor veio do Sinai para o seu Lugar Santo. |
18 | Quando subiste em triunfo às alturas, ó Senhor Deus, levaste cativos muitos prisioneiros; recebeste homens como dádivas, até mesmo rebeldes, para estabeleceres morada. [113] [113] Ou dádivas dentre os homens, até dos que se rebelaram contra a tua habitação. |
19 | Bendito seja o Senhor, Deus, nosso Salvador, que cada dia suporta as nossas cargas. Pausa |
20 | O nosso Deus é um Deus que salva; ele é o Soberano, ele é o Senhor que nos livra da morte. |
21 | Certamente Deus esmagará a cabeça dos seus inimigos, o crânio cabeludodos que persistem em seus pecados. |
22 | “Eu os trarei de Basã”, diz o Senhor, “eu os trarei das profundezas do mar, |
23 | para que você encharque os pés no sangue dos inimigos, sangue do qual a língua dos cães terá a sua porção. |
24 | Já se vê a tua marcha triunfal, ó Deus, a marcha do meu Deus e Rei adentrando o santuário. |
25 | À frente estão os cantores, depois os músicos; com eles vão as jovens tocando tamborins. |
26 | Bendigam a Deus na grande congregação! Bendigam o Senhor, descendentes[114] de Israel! [114] Hebraico: fonte. |
27 | Ali está a pequena tribo de Benjamim, a conduzi-los, os príncipes de Judá acompanhados de suas tropas, e os príncipes de Zebulom e Naftali. |
28 | A favor de vocês, manifeste Deus o seu poder! [115]Mostra, ó Deus, o poder que já tens operado para conosco. [115] Conforme alguns manuscritos do Texto Massorético. Muitos manuscritos do Texto Massorético e algumas versões antigas dizem Manifesta, ó Deus, o teu poder! |
29 | Por causa do teu templo em Jerusalém, reis te trarão presentes. |
30 | Repreende a fera entre os juncos, a manada de touros entre os bezerros das nações. Humilhados, tragam barras de prata. Espalha as nações que têm prazer na guerra. |
31 | Ricos tecidos[116] venham do Egito; a Etiópia corra para Deus de mãos cheias. [116] Ou embaixadores |
32 | Cantem a Deus, reinos da terra, louvem o Senhor, Pausa |
33 | aquele que cavalga os céus, os antigos céus. Escutem! Ele troveja com voz poderosa. |
34 | Proclamem o poder de Deus! Sua majestade está sobre Israel, seu poder está nas altas nuvens. |
35 | Tu és temível no teu santuário, ó Deus; é o Deus de Israel que dá poder e força ao seu povo. Bendito seja Deus! |
Capítulo 69
1 | Salva-me, ó Deus! , pois as águas subiram até o meu pescoço. |
2 | Nas profundezas lamacentas eu me afundo; não tenho onde firmar os pés. Entrei em águas profundas; as correntezas me arrastam. |
3 | Cansei-me de pedir socorro; minha garganta se abrasa. Meus olhos fraquejamde tanto esperar pelo meu Deus. |
4 | Os que sem razão me odeiam são mais do que os fios de cabelo da minha cabeça; muitos são os que me prejudicam sem motivo, muitos, os que procuram destruir-me. Sou forçado a devolver o que não roubei. |
5 | Tu bem sabes como fui insensato, ó Deus; a minha culpa não te é encoberta. |
6 | Não se decepcionem por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor, Senhor dos Exércitos! Não se frustrem por minha causa os que te buscam, ó Deus de Israel! |
7 | Pois por amor a ti suporto zombaria, e a vergonha cobre-me o rosto. |
8 | Sou um estrangeiro para os meus irmãos, um estranho até para os filhos da minha mãe; |
9 | pois o zelo pela tua casa me consome, e os insultos daqueles que te insultam caem sobre mim. |
10 | Até quando choro e jejuo, tenho que suportar zombaria; |
11 | quando ponho vestes de lamento, sou objeto de chacota. |
12 | Os que se ajuntam na praça falam de mim, e sou a canção dos bêbados. |
13 | Mas eu, Senhor, no tempo oportuno, elevo a ti minha oração; responde-me, por teu grande amor, ó Deus, com a tua salvação infalível! |
14 | Tira-me do atoleiro, não me deixes afundar; liberta-me dos que me odeiame das águas profundas. |
15 | Não permitas que as correntezas me arrastem, nem que as profundezas me engulam, nem que a cova feche sobre mim a sua boca! |
16 | Responde-me, Senhor, pela bondade do teu amor; por tua grande misericórdia, volta-te para mim. |
17 | Não escondas do teu servo a tua face; responde-me depressa, pois estou em perigo. |
18 | Aproxima-te e resgata-me; livra-me por causa dos meus inimigos. |
19 | Tu bem sabes como sofro zombaria, humilhação e vergonha; conheces todos os meus adversários. |
20 | A zombaria partiu-me o coração; estou em desespero! Supliquei por socorro, nada recebi; por consoladores, e a ninguém encontrei. |
21 | Puseram fel na minha comida e para matar-me a sede deram-me vinagre. |
22 | Que a mesa deles se lhes transforme em laço; torne-se retribuição e[117] armadilha. [117] Ou Que até as suas ofertas de comunhão se tornem em armadilha; ou ainda Que até os seus aliados se tornem uma armadilha |
23 | Escureçam-se os seus olhos para que não consigam ver; faze-lhes tremer o corpo sem parar. |
24 | Despeja sobre eles a tua ira; que o teu furor ardente os alcance. |
25 | Fique deserto o lugar deles; não haja ninguém que habite nas suas tendas. |
26 | Pois perseguem aqueles que tu feres e comentam a dor daqueles a quem castigas. |
27 | Acrescenta-lhes pecado sobre pecado; não os deixes alcançar a tua justiça. |
28 | Sejam eles tirados do livro da vida e não sejam incluídos no rol dos justos. |
29 | Grande é a minha aflição e a minha dor! Proteja-me, ó Deus, a tua salvação! |
30 | Louvarei o nome de Deus com cânticos e proclamarei sua grandeza com ações de graças; |
31 | isso agradará o Senhor mais do que bois, mais do que touros com seus chifres e cascos. |
32 | Os necessitados o verão e se alegrarão; a vocês que buscam a Deus, vida ao seu coração! |
33 | O Senhor ouve o pobre e não despreza o seu povo aprisionado. |
34 | Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo o que neles se move, |
35 | pois Deus salvará Sião e reconstruirá as cidades de Judá. Então o povo ali viverá e tomará posse da terra; |
36 | a descendência dos seus servos a herdará, e nela habitarão os que amam o seu nome. |
Capítulo 70
1 | Livra-me, ó Deus! Apressa-te, Senhor, a ajudar-me! |
2 | Sejam humilhados e frustrados os que procuram tirar-me a vida; retrocedam desprezados os que desejam a minha ruína. |
3 | Retrocedam em desgraça os que zombam de mim. |
4 | Mas regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam; digam sempre os que amam a tua salvação: “Como Deus é grande!” |
5 | Quanto a mim, sou pobre e necessitado; apressa-te, ó Deus. Tu és o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não te demores! |
Capítulo 71
1 | Em ti, Senhor, busquei refúgio; nunca permitas que eu seja humilhado. |
2 | Resgata-me e livra-me por tua justiça; inclina o teu ouvido para mim e salva-me. |
3 | Peço-te que sejas a minha rocha de refúgio, para onde eu sempre possa ir; dá ordem para que me libertem, pois és a minha rocha e a minha fortaleza. |
4 | Livra-me, ó meu Deus, das mãos dos ímpios, das garras dos perversos e cruéis. |
5 | Pois tu és a minha esperança, ó Soberano Senhor, em ti está a minha confiança desde a juventude. |
6 | Desde o ventre materno dependo de ti; tu me sustentaste[118]desde as entranhas de minha mãe. Eu sempre te louvarei! [118] Ou separaste |
7 | Tornei-me um exemplo para muitos, porque tu és o meu refúgio seguro. |
8 | Do teu louvor transborda a minha boca, que o tempo todo proclama o teu esplendor. |
9 | Não me rejeites na minha velhice; não me abandones quando se vão as minhas forças. |
10 | Pois os meus inimigos me caluniam; os que estão à espreita juntam-se e planejam matar-me. |
11 | “Deus o abandonou”, dizem eles; “persigam-no e prendam-no, pois ninguém o livrará.” |
12 | Não fiques longe de mim, ó Deus; ó meu Deus, apressa-te em ajudar-me. |
13 | Pereçam humilhados os meus acusadores; sejam cobertos de zombaria e vergonha os que querem prejudicar-me. |
14 | Mas eu sempre terei esperança e te louvarei cada vez mais. |
15 | A minha boca falará sem cessar da tua justiça e dos teus incontáveis atos de salvação. |
16 | Falarei dos teus feitos poderosos, ó Soberano Senhor; proclamarei a tua justiça, unicamente a tua justiça. |
17 | Desde a minha juventude, ó Deus, tens me ensinado, e até hoje eu anuncio as tuas maravilhas. |
18 | Agora que estou velho, de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para que eu possa falar da tua força aos nossos filhos, e do teu poder às futuras gerações. |
19 | Tua justiça chega até as alturas, ó Deus, tu, que tens feito coisas grandiosas. Quem se compara a ti, ó Deus? |
20 | Tu, que me fizeste passar muitas e duras tribulações, restaurarás a minha vida, e das profundezas da terra de novo me farás subir. |
21 | Tu me farás mais honra doe mais uma vez me consolarás. |
22 | E eu te louvarei com a lira por tua fidelidade, ó meu Deus; cantarei louvores a ti com a harpa, ó Santo de Israel. |
23 | Os meus lábios gritarão de alegria quando eu cantar louvores a ti, pois tu me redimiste. |
24 | Também a minha língua sempre falará dos teus atos de justiça, pois os que queriam prejudicar-me foram humilhados e ficaram frustrados. |
Capítulo 72
1 | Reveste da tua justiça o rei, ó Deus, e o filho do rei, da tua retidão, |
2 | para que ele julgue com retidão e com justiça os teus que sofrem opressão. |
3 | Que os montes tragam prosperidade ao povo, e as colinas, o fruto da justiça. |
4 | Defenda ele os oprimidos entre o povoe liberte os filhos dos pobres; esmague ele o opressor! |
5 | Que ele perdure[119] como o sole como a lua, por todas as gerações. [119] Conforme a Septuaginta. O Texto Massorético diz Que tu sejas temido. |
6 | Seja ele como chuva sobre uma lavoura ceifada, como aguaceiros que regam a terra. |
7 | Floresçam os justos nos dias do rei, e haja grande prosperidade enquanto durar a lua. |
8 | Governe ele de mar a mare desde o rio Eufrates até os confins da terra[120]. [120] Ou do país |
9 | Inclinem-se diante dele as tribos do deserto[121], e os seus inimigos lambam o pó. [121] Ou criaturas do deserto; ou ainda adversários |
10 | Que os reis de Társis e das regiões litorâneas lhe tragam tributo; os reis de Sabá e de Sebá lhe ofereçam presentes. |
11 | Inclinem-se diante dele todos os reis, e sirvam-no todas as nações. |
12 | Pois ele liberta os pobres que pedem socorro, os oprimidos que não têm quem os ajude. |
13 | Ele se compadece dos fracos e dos pobres, e os salva da morte. |
14 | Ele os resgata da opressão e da violência, pois aos seus olhos a vida[122] deles é preciosa. [122] Hebraico: sangue. |
15 | Tenha o rei vida longa! Receba ele o ouro de Sabá. Que se ore por ele continuamente, e todo o dia se invoquem bênçãos sobre ele. |
16 | Haja fartura de trigo por toda a terra, ondulando no alto dos montes. Floresçam os seus frutos como os do Líbano e cresçam as cidades como as plantas no campo. |
17 | Permaneça para sempre o seu nome e dure a sua fama enquanto o sol brilhar. Sejam abençoadas todas as nações por meio dele, e que elas o chamem bendito. |
18 | Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que realiza feitos maravilhosos. |
19 | Bendito seja o seu glorioso nome para sempre; encha-se toda a terra da sua glória. Amém e amém. |
20 | Encerram-se aqui as orações de Davi, filho de Jessé. TERCEIRO LIVRO |
Capítulo 73
1 | Certamente Deus é bom para Israel, para os puros de coração. |
2 | Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. |
3 | Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios. |
4 | Eles não passam por sofrimento[123]e têm o corpo saudável e forte. [123] Ou sofrimento até morrer; ou ainda sofrimento; até morrer o corpo deles é |
5 | Estão livres dos fardos de todos; não são atingidos por doenças como os outros homens. |
6 | Por isso o orgulho lhes serve de colar, e eles se vestem de violência. |
7 | Do seu íntimo[124] brota a maldade[125]; da sua mente transbordam maquinações. [124] Hebraico: gordura. [125] Conforme a Versão Siríaca. O Texto Massorético diz Seus olhos saltam-lhes da gordura. |
8 | Eles zombam e falam com más intenções; em sua arrogância ameaçam com opressão. |
9 | Com a boca arrogam a si os céus, e com a língua se apossam da terra. |
10 | Por isso o seu povo se volta para eles e bebe suas palavras até saciar-se. |
11 | Eles dizem: “Como saberá Deus? Terá conhecimento o Altíssimo?” |
12 | Assim são os ímpios; sempre despreocupados, aumentam suas riquezas. |
13 | Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência, |
14 | pois o dia inteiro sou afligido, e todas as manhãs sou castigado. |
15 | Se eu tivesse dito: Falarei como eles, teria traído os teus filhos. |
16 | Quando tentei entender tudo isso, achei muito difícil para mim, |
17 | até que entrei no santuário de Deus, e então compreendi o destino dos ímpios. |
18 | Certamente os pões em terreno escorregadio e os fazes cair na ruína. |
19 | Como são destruídos de repente, completamente tomados de pavor! |
20 | São como um sonho que se vai quando acordamos; quando te levantares, Senhor, tu os farás desaparecer. |
21 | Quando o meu coração estava amargurado e no íntimo eu sentia inveja, |
22 | agi como insensato e ignorante; minha atitude para contigo era a de um animal irracional. |
23 | Contudo, sempre estou contigo; tomas a minha mão direita e me susténs. |
24 | Tu me diriges com o teu conselho, e depois me receberás com honras. |
25 | A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti. |
26 | O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre. |
27 | Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis. |
28 | Mas, para mim, bom é estar perto de Deus; fiz do Soberano Senhor o meu refúgio; proclamarei todos os teus feitos. |
Capítulo 74
1 | Por que nos rejeitaste definitivamente, ó Deus? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas da tua pastagem? |
2 | Lembra-te do povo que adquiriste em tempos passados, da tribo da tua herança, que resgataste, do monte Sião, onde habitaste. |
3 | Volta os teus passos para aquelas ruínas irreparáveis, para toda a destruição que o inimigo causou em teu santuário. |
4 | Teus adversários gritaram triunfantes bem no local onde te encontravas conosco, e hastearam suas bandeiras em sinal de vitória. |
5 | Pareciam homens armados com machados invadindo um bosque cerrado. |
6 | Com seus machados e machadinhas esmigalharam todos os revestimentos de madeira esculpida. |
7 | Atearam fogo ao teu santuário; profanaram o lugar da habitação do teu nome. |
8 | Disseram no coração: “Vamos acabar com eles!” Queimaram todos os santuários do país. |
9 | Já não vemos sinais milagrosos; não há mais profetas, e nenhum de nós sabe até quando isso continuará. |
10 | Até quando o adversário irá zombar, ó Deus? Será que o inimigo blasfemará o teu nome para sempre? |
11 | Por que reténs a tua mão, a tua mão direita? Não fiques de braços cruzados! Destrói-os! |
12 | Mas tu, ó Deus, és o meu rei desde a antigüidade; trazes salvação sobre a terra. |
13 | Tu dividiste o mar pelo teu poder; quebraste as cabeças das serpentes das águas. |
14 | Esmagaste as cabeças do Leviatã[126]e o deste por comida às criaturas do deserto. [126] Ou monstro marinho |
15 | Tu abriste fontes e regatos; secaste rios perenes. |
16 | O dia é teu, e tua também é a noite; estabeleceste o sol e a lua. |
17 | Determinaste todas as fronteiras da terra; fizeste o verão e o inverno. |
18 | Lembra-te de como o inimigo tem zombado de ti, ó Senhor, como os insensatos têm blasfemado o teu nome. |
19 | Não entregues a vida da tua pomba aos animais selvagens; não te esqueças para sempre da vida do teu povo indefeso. |
20 | Dá atenção à tua aliança, porque de antros de violência se enchemos lugares sombrios do país. |
21 | Não deixes que o oprimido se retire humilhado! Faze que o pobre e o necessitado louvem o teu nome. |
22 | Levanta-te, ó Deus, e defende a tua causa; lembra-te de como os insensatos zombam de ti sem cessar. |
23 | Não ignores a gritaria dos teus adversários, o crescente tumulto dos teus inimigos. |
Capítulo 75
1 | Damos-te graças, ó Deus, damos-te graças, pois perto está o teu nome; todos falam dos teus feitos maravilhosos. |
2 | Tu dizes: Eu determino o tempo em que julgarei com justiça. |
3 | Quando treme a terra com todos os seus habitantes, sou eu que mantenho firmes as suas colunas. Pausa |
4 | Aos arrogantes digo: Parem de vangloriar-se! E aos ímpios: Não se rebelem! [127] [127] Hebraico: Não levantem o chifre; também no versículo 5. |
5 | Não se rebelem contra os céus; não falem com insolência. |
6 | Não é do oriente nem do ocidente nem do deserto que vem a exaltação. |
7 | É Deus quem julga: Humilha a um, a outro exalta. |
8 | Na mão do Senhor está um cálice cheio de vinho espumante e misturado; ele o derrama, e todos os ímpios da terra o bebem até a última gota. |
9 | Quanto a mim, para sempre anunciarei essas coisas; cantarei louvores ao Deus de Jacó. |
10 | Destruirei o poder[128] de todos os ímpios, mas o poder dos justos aumentará. [128] Hebraico: chifre. Duas vezes neste versículo. |
Capítulo 76
1 | Em Judá Deus é conhecido; o seu nome é grande em Israel. |
2 | Sua tenda está em Salém; o lugar da sua habitação está em Sião. |
3 | Ali quebrou ele as flechas reluzentes, os escudos e as espadas, as armas de guerra. Pausa |
4 | Resplendes de luz! És mais majestoso que os montes cheios de despojos. |
5 | Os homens valorosos jazem saqueados, dormem o sono final; nenhum dos guerreiros foi capaz de erguer as mãos. |
6 | Diante da tua repreensão, ó Deus de Jacó, o cavalo e o carro estacaram. |
7 | Somente tu és temível. Quem poderá permanecer diante de ti quando estiveres irado? |
8 | Dos céus pronunciaste juízo, e a terra tremeu e emudeceu, |
9 | quando tu, ó Deus, te levantaste para julgar, para salvar todos os oprimidos da terra. Pausa |
10 | Até a tua ira contra os homens redundará em teu louvor, e os sobreviventes da tua ira se refrearão. [129] [129] Ou Até a ira dos homens redundará em teu louvor, e com o restante da ira tu te armas. |
11 | Façam votos ao Senhor, ao seu Deus, e não deixem de cumpri-los; que todas as nações vizinhas tragam presentes a quem todos devem temer. |
12 | Ele tira o ânimo dos governantes e é temido pelos reis da terra. |
Capítulo 77
1 | Clamo a Deus por socorro; clamo a Deus que me escute. |
2 | Quando estou angustiado, busco o Senhor; de noite estendo as mãos sem cessar; a minha alma está inconsolável! |
3 | Lembro-me de ti, ó Deus, e suspiro; começo a meditar, e o meu espírito desfalece. Pausa |
4 | Não me permites fechar os olhos; tão inquieto estou que não consigo falar. |
5 | Fico a pensar nos dias que se foram, nos anos há muito passados; |
6 | de noite recordo minhas canções. O meu coração medita, e o meu espírito pergunta: |
7 | Irá o Senhor rejeitar-nos para sempre? Jamais tornará a mostrar-nos o seu favor? |
8 | Desapareceu para sempre o seu amor? Acabou-se a sua promessa? |
9 | Esqueceu-se Deus de ser misericordioso? Em sua ira refreou sua compaixão? Pausa |
10 | Então pensei: A razão da minha dor é que a mão direita do Altíssimo não age mais. [130] [130] Ou Apelarei para o que há muito fez a mão direita do Altíssimo. |
11 | Recordarei os feitos do Senhor; recordarei os teus antigos milagres. |
12 | Meditarei em todas as tuas obras e considerarei todos os teus feitos. |
13 | Teus caminhos, ó Deus, são santos. Que deus é tão grande como o nosso Deus? |
14 | Tu és o Deus que realiza milagres; mostras o teu poder entre os povos. |
15 | Com o teu braço forte resgataste o teu povo, os descendentes de Jacó e de José. Pausa |
16 | As águas te viram, ó Deus, as águas te viram e se contorceram; até os abismos estremeceram. |
17 | As nuvens despejaram chuvas, ressoou nos céus o trovão; as tuas flechas reluziam em todas as direções. |
18 | No redemoinho, estrondou o teu trovão, os teus relâmpagos iluminaram o mundo; a terra tremeu e sacudiu-se. |
19 | A tua vereda passou pelo mar, o teu caminho pelas águas poderosas, e ninguém viu as tuas pegadas. |
20 | Guiaste o teu povo como a um rebanho pela mão de Moisés e de Arão. |
Capítulo 78
1 | Povo meu, escute o meu ensino; incline os ouvidos para o que eu tenho a dizer. |
2 | Em parábolas abrirei a minha boca, proferirei enigmas do passado; |
3 | o que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram. |
4 | Não os esconderemos dos nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez. |
5 | Ele decretou estatutos para Jacó, e em Israel estabeleceu a lei, e ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos, |
6 | de modo que a geração seguinte a conhecesse, e também os filhos que ainda nasceriam, e eles, por sua vez, contassem aos seus próprios filhos. |
7 | Então eles porão a confiança em Deus; não esquecerão os seus feitos e obedecerão aos seus mandamentos. |
8 | Eles não serão como os seus antepassados, obstinados e rebeldes, povo de coração desleal para com Deus, gente de espírito infiel. |
9 | Os homens de Efraim, flecheiros armados, viraram as costas no dia da batalha; |
10 | não guardaram a aliança de Deus e se recusaram a viver de acordo com a sua lei. |
11 | Esqueceram o que ele tinha feito, as maravilhas que lhes havia mostrado. |
12 | Ele fez milagres diante dos seus antepassados, na terra do Egito, na região de Zoã. |
13 | Dividiu o mar para que pudessem passar; fez a água erguer-se como um muro. |
14 | Ele os guiou com a nuvem de dia e com a luz do fogo de noite. |
15 | Fendeu as rochas no deserto e deu-lhes tanta água como a que flui das profundezas; |
16 | da pedra fez sair regatos e fluir água como um rio. |
17 | Mas contra ele continuaram a pecar, revoltando-se no deserto contra o Altíssimo. |
18 | Deliberadamente puseram Deus à prova, exigindo o que desejavam comer. |
19 | Duvidaram de Deus, dizendo: Poderá Deus preparar uma mesa no deserto? |
20 | Sabemos que quando ele feriu a rocha a água brotou e jorrou em torrentes. Mas conseguirá também dar-nos de comer? Poderá suprir de carne o seu povo? |
21 | O Senhor os ouviu e enfureceu-se; com fogo atacou Jacó, e sua ira levantou-se contra Israel, |
22 | pois eles não creram em Deus nem confiaram no seu poder salvador. |
23 | Contudo, ele deu ordens às nuvens e abriu as portas dos céus; |
24 | fez chover maná para que o povo comesse, deu-lhe o pão[131] dos céus. [131] Hebraico: trigo. |
25 | Os homens comeram o pão dos anjos; enviou-lhes comida à vontade. |
26 | Enviou dos céus o vento oriental e pelo seu poder fez avançar o vento sul. |
27 | Fez chover carne sobre eles como pó, bandos de aves como a areia da praia. |
28 | Levou-as a cair dentro do acampamento, ao redor das suas tendas. |
29 | Comeram à vontade, e assim ele satisfez o desejo deles. |
30 | Mas, antes de saciarem o apetite, quando ainda tinham a comida na boca, |
31 | acendeu-se contra eles a ira de Deus; e ele feriu de morte os mais fortes dentre eles, matando os jovens de Israel. |
32 | A despeito disso tudo, continuaram pecando; não creram nos seus prodígios. |
33 | Por isso ele encerrou os dias deles como um sopro e os anos deles em repentino pavor. |
34 | Sempre que Deus os castigava com a morte, eles o buscavam; com fervor se voltavam de novo para ele. |
35 | Lembravam-se de que Deus era a sua Rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor. |
36 | Com a boca o adulavam, com a língua o enganavam; |
37 | o coração deles não era sincero; não foram fiéis à sua aliança. |
38 | Contudo, ele foi misericordioso; perdoou-lhes as maldade se não os destruiu. Vez após vez conteve a sua ira, sem despertá-la totalmente. |
39 | Lembrou-se de que eram meros mortais, brisa passageira que não retorna. |
40 | Quantas vezes mostraram-se rebeldes contra ele no deserto e o entristeceram na terra solitária! |
41 | Repetidas vezes puseram Deus à prova; irritaram o Santo de Israel. |
42 | Não se lembravam da sua mão poderosa, do dia em que os redimiu do opressor, |
43 | do dia em que mostrou os seus prodígios no Egito, as suas maravilhas na região de Zoã, |
44 | quando transformou os rios e os riachos dos egípcios em sangue, e eles não mais conseguiam beber das suas águas, |
45 | e enviou enxames de moscas que os devoraram, e rãs que os devastaram; |
46 | quando entregou as suas plantações às larvas, a produção da terra aos gafanhotos, |
47 | e destruiu as suas vinhas com a saraiva e as suas figueiras bravas, com a geada; |
48 | quando entregou o gado deles ao granizo, os seus rebanhos aos raios; |
49 | quando os atingiu com a sua ira ardente, com furor, indignação e hostilidade, com muitos anjos destruidores. |
50 | Abriu caminho para a sua ira; não os poupou da morte, mas os entregou à peste. |
51 | Matou todos os primogênitos do Egito, as primícias do vigor varonildas tendas de Cam. |
52 | Mas tirou o seu povo como ovelhas e o conduziu como a um rebanho pelo deserto. |
53 | Ele os guiou em segurança, e não tiveram medo; e os seus inimigos afundaram-se no mar. |
54 | Assim os trouxe à fronteirada sua terra santa, aos montes que a sua mão direita conquistou. |
55 | Expulsou nações que lá estavam, distribuiu-lhes as terras por herança e deu suas tendas às tribos de Israel para que nelas habitassem. |
56 | Mas eles puseram Deus à prova e foram rebeldes contra o Altíssimo; não obedeceram aos seus testemunhos. |
57 | Foram desleais e infiéis, como os seus antepassados, confiáveis como um arco defeituoso. |
58 | Eles o irritaram com os altares idólatras; com os seus ídolos lhe provocaram ciúmes. |
59 | Sabendo-o Deus, enfureceu-se e rejeitou totalmente Israel; |
60 | abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda onde habitava entre os homens. |
61 | Entregou o símbolo do seu poder ao cativeiro, e o seu esplendor, nas mãos do adversário. |
62 | Deixou que o seu povo fosse morto à espada, pois enfureceu-se com a sua herança. |
63 | O fogo consumiu os seus jovens, e as suas moças não tiveram canções de núpcias; |
64 | os sacerdotes foram mortos à espada! As viúvas já nem podiam chorar! |
65 | Então o Senhor despertou como que de um sono, como um guerreiro despertado do domínio do vinho. |
66 | Fez retroceder a golpes os seus adversários e os entregou a permanente humilhação. |
67 | Também rejeitou as tendas de José, e não escolheu a tribo de Efraim; |
68 | ao contrário, escolheu a tribo de Judá e o monte Sião, o qual amou. |
69 | Construiu o seu santuário como as alturas; como a terra o firmou para sempre. |
70 | Escolheu o seu servo Davi e o tirou do aprisco das ovelhas, |
71 | do pastoreio de ovelhas, para ser o pastor de Jacó, seu povo, de Israel, sua herança. |
72 | E de coração íntegro Davi os pastoreou; com mãos experientes os conduziu. |
Capítulo 79
1 | Ó Deus, as nações invadiram a tua herança, profanaram o teu santo templo, reduziram Jerusalém a ruínas. |
2 | Deram os cadáveres dos teus servos às aves do céu por alimento, a carne dos teus fiéis, aos animais selvagens. |
3 | Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não há ninguém para sepultá-los. |
4 | Somos objeto de zombaria para os nossos vizinhos, de riso e menosprezo para os que vivem ao nosso redor. |
5 | Até quando, Senhor? Ficarás irado para sempre? Arderá o teu ciúme como o fogo? |
6 | Derrama a tua ira sobre as nações que não te reconhecem, sobre os reinos que não invocam o teu nome, |
7 | pois devoraram Jacó, deixando em ruínas a sua terra. |
8 | Não cobres de nós as maldades dos nossos antepassados; venha depressa ao nosso encontroa tua misericórdia, pois estamos totalmente desanimados! |
9 | Ajuda-nos, ó Deus, nosso Salvador, para a glória do teu nome; livra-nos e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome. |
10 | Por que as nações haverão de dizer: “Onde está o Deus deles?” Diante dos nossos olhos, mostra às nações a tua vingança pelo sangue dos teus servos. |
11 | Cheguem à tua presença os gemidos dos prisioneiros. Pela força do teu braço preserva os condenados à morte. |
12 | Retribui sete vezes mais aos nossos vizinhos as afrontas com que te insultaram, Senhor! |
13 | Então nós, o teu povo, as ovelhas das tuas pastagens, para sempre te louvaremos; de geração em geração cantaremos os teus louvores. |
Capítulo 80
1 | Escuta-nos, Pastor de Israel, tu, que conduzes José como um rebanho; tu, que tens o teu trono sobre os querubins, manifesta o teu esplendor |
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
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Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
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6 | Escuta a minha oração, Senhor; atenta para a minha súplica! |
7 | No dia da minha angústia clamarei a ti, pois tu me responderás. |
8 | Nenhum dos deuses é comparável a ti, Senhor, nenhum deles pode fazer o que tu fazes. |
9 | Todas as nações que tu formaste virão e te adorarão, Senhor, e glorificarão o teu nome. |
10 | Pois tu és grande e realizas feitos maravilhosos; só tu és Deus! |
11 | Ensina-me o teu caminho, Senhor, para que eu ande na tua verdade; dá-me um coração inteiramente fiel, para que eu tema o teu nome. |
12 | De todo o meu coração te louvarei, Senhor, meu Deus; glorificarei o teu nome para sempre. |
13 | Pois grande é o teu amor para comigo; tu me livraste das profundezas do Sheol[145]. [145] Essa palavra pode ser traduzida por sepultura, profundezas, pó ou morte. |
14 | Os arrogantes estão me atacando, ó Deus; um bando de homens cruéis, gente que não faz caso de ti procura tirar-me a vida. |
15 | Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e misericordioso, muito paciente, rico em amor e em fidelidade. |
16 | Volta-te para mim! Tem misericórdia de mim! Concede a tua força a teu servo e salva o filho da tua serva[146]. [146] Ou salva o teu filho fiel |
17 | Dá-me um sinal da tua bondade, para que os meus inimigos veja me sejam humilhados, pois tu, Senhor, me ajudaste e me consolaste. |
Capítulo 87
1 | O Senhor edificou sua cidade sobre o monte santo; |
2 | ele ama as portas de Sião mais do que qualquer outro lugar[147] de Jacó. [147] Ou santuário |
3 | Coisas gloriosas são ditas de ti, ó cidade de Deus! Pausa |
4 | “Entre os que me reconhecem incluirei Raabe[148] e Babilônia, além da Filístia, de Tiro, e também da Etiópia[149], como se tivessem nascido em Sião[150].” [148] Isto é, o Egito. [149] Hebraico: Cuxe. [150] Hebraico: este nasceu ali. |
5 | De fato, acerca de Sião se dirá: “Todos estes nasceram em Sião, e o próprio Altíssimo a estabelecerá”. |
6 | O Senhor escreverá no registro dos povos: “Este nasceu ali”. Pausa |
7 | Com danças e cânticos, dirão: “Em Sião estão as nossas origens[151]!” [151] Ou está a nossa fonte de felicidade |
Capítulo 88
1 | Ó Senhor, Deus que me salva, a ti clamo dia e noite. |
2 | Que a minha oração chegue diante de ti; inclina os teus ouvidos ao meu clamor. |
3 | Tenho sofrido tanto que a minha vida está à beira da sepultura[153]! [153] Hebraico: Sheol. Essa palavra também pode ser traduzida por profundezas, pó ou morte. |
4 | Sou contado entre os que descem à cova; sou como um homem que já não tem forças. |
5 | Fui colocado junto aos mortos, sou como os cadáveres que jazem no túmulo, dos quais já não te lembras, pois foram tirados de tua mão. |
6 | Puseste-me na cova mais profunda, na escuridão das profundezas. |
7 | Tua ira pesa sobre mim; com todas as tuas ondas me afligiste. Pausa |
8 | Afastaste de mim os meus melhores amigos e me tornaste repugnante para eles. Estou como um preso que não pode fugir; |
9 | minhas vistas já estão fracas de tristeza. A ti, Senhor, clamo cada dia; a ti ergo as minhas mãos. |
10 | Acaso mostras as tuas maravilhas aos mortos? Acaso os mortos se levantam e te louvam? Pausa |
11 | Será que o teu amor é anunciado no túmulo, e a tua fidelidade, no Abismo da Morte[154]? [154] Hebraico: Abadom. |
12 | Acaso são conhecidas as tuas maravilhas na região das trevas, e os teus feitos de justiça, na terra do esquecimento? |
13 | Mas eu, Senhor, a ti clamo por socorro; já de manhã a minha oração chega à tua presença. |
14 | Por que, Senhor, me rejeitas e escondes de mim o teu rosto? |
15 | Desde moço tenho sofrido e ando perto da morte; os teus terrores levaram-me ao desespero. |
16 | Sobre mim se abateu a tua ira; os pavores que me causas me destruíram. |
17 | Cercam-me o dia todo como uma inundação; envolvem-me por completo. |
18 | Tiraste de mim os meus amigos e os meus companheiros; as trevas são a minha única companhia. |
Capítulo 89
1 | Cantarei para sempre o amor do Senhor; com minha boca anunciarei a tua fidelidade por todas as gerações. |
2 | Sei que firme está o teu amor para sempre, e que firmaste nos céus a tua fidelidade. |
3 | Tu disseste: Fiz aliança com o meu escolhido, jurei ao meu servo Davi: |
4 | Estabelecerei a tua linhagem para sempre e firmarei o teu trono por todas as gerações. Pausa |
5 | Os céus louvam as tuas maravilhas, Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos. |
6 | Pois, quem nos céus poderá comparar-se ao Senhor? Quem dentre os seres celestiais[155]assemelha-se ao Senhor? [155] Ou deuses; ou ainda poderosos |
7 | Na assembléia dos santos Deus é temível, mais do que todos os que o rodeiam. |
8 | Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é semelhante a ti? És poderoso, Senhor, envolto em tua fidelidade. |
9 | Tu dominas o revolto mar; quando se agigantam as suas ondas, tu as acalmas. |
10 | Esmagaste e mataste o Monstro dos Mares[156]; com teu braço forte dispersaste os teus inimigos. [156] Hebraico: Raabe. |
11 | Os céus são teus, e tua também é a terra; fundaste o mundo e tudo o que nele existe. |
12 | Tu criaste o Norte e o Sul; o Tabor e o Hermom cantam de alegria pelo teu nome. |
13 | O teu braço é poderoso; a tua mão é forte, exaltada é tua mão direita. |
14 | A retidão e a justiça são os alicerces do teu trono; o amor e a fidelidade vão à tua frente. |
15 | Como é feliz o povo que aprendeu a aclamar-te, Senhor, e que anda na luz da tua presença! |
16 | Sem cessar exultam no teu nome, e alegram-se na tua retidão, |
17 | pois tu és a nossa glória e a nossa força[157], e pelo teu favor exaltas a nossa força[158]. [157] Hebraico: a glória do seu poder. [158] Hebraico: chifre; também no versículo 24. |
18 | Sim, Senhor, tu és o nosso escudo[159], ó Santo de Israel, tu és o nosso rei. [159] Ou soberano |
19 | Numa visão falaste um dia, e aos teus fiéis disseste: Cobri de forças um guerreiro, exaltei um homem escolhido dentre o povo. |
20 | Encontrei o meu servo Davi; ungi-o com o meu óleo sagrado. |
21 | A minha mão o susterá, e o meu braço o fará forte. |
22 | Nenhum inimigo o sujeitará a tributos; nenhum injusto o oprimirá. |
23 | Esmagarei diante dele os seus adversários e destruirei os seus inimigos. |
24 | A minha fidelidade e o meu amor o acompanharão, e pelo meu nome aumentará o seu poder. |
25 | A sua mão dominará até o mar, sua mão direita, até os rios. |
26 | Ele me dirá: “Tu és o meu Pai, o meu Deus, a Rocha que me salva”. |
27 | Também o nomearei meu primogênito, o mais exaltado dos reis da terra. |
28 | Manterei o meu amor por ele para sempre, e a minha aliança com ele jamais se quebrará. |
29 | Firmarei a sua linhagem para sempre, e o seu trono durará enquanto existirem céus. |
30 | Se os seus filhos abandonarem a minha lei e não seguirem as minhas ordenanças, |
31 | se violarem os meus decretos e deixarem de obedecer aos meus mandamentos, |
32 | com a vara castigarei o seu pecado, e a sua iniqüidade com açoites; |
33 | mas não afastarei dele o meu amor; jamais desistirei da minha fidelidade. |
34 | Não violarei a minha aliança nem modificarei as promessas dos meus lábios. |
35 | De uma vez para sempre jurei pela minha santidade, e não mentirei a Davi, |
36 | que a sua linhagem permanecerá para sempre, e o seu trono durará como o sol; |
37 | será estabelecido para sempre como a lua, a fiel testemunha no céu. Pausa |
38 | Mas tu o rejeitaste, recusaste-o e te enfureceste com o teu ungido. |
39 | Revogaste a aliança com o teu servo e desonraste a sua coroa, lançando-a ao chão. |
40 | Derrubaste todos os seus muros e reduziste a ruínas as suas fortalezas. |
41 | Todos os que passam o saqueiam; tornou-se objeto de zombaria para os seus vizinhos. |
42 | Tu exaltaste a mão direita dos seus adversários e encheste de alegria todos os seus inimigos. |
43 | Tiraste o fio da sua espada e não o apoiaste na batalha. |
44 | Deste fim ao seu esplendor e atiraste ao chão o seu trono. |
45 | Encurtaste os dias da sua juventude; com um manto de vergonha o cobriste. Pausa |
46 | Até quando, Senhor? Para sempre te esconderás? Até quando a tua ira queimará como fogo? |
47 | Lembra-te de como é passageira a minha vida. Terás criado em vão todos os homens? |
48 | Que homem pode viver e não ver a morte, ou livrar-se do poder da sepultura[160]? Pausa [160] Hebraico: Sheol. Essa palavra também pode ser traduzida por profundezas, pó ou morte. |
49 | Ó Senhor, onde está o teu antigo amor, que com fidelidade juraste a Davi? |
50 | Lembra-te, Senhor, das afrontas que o teu servo tem[161] sofrido, das zombarias que no íntimo tenho que suportar de todos os povos, [161] Ou teus servos têm |
51 | das zombarias dos teus inimigos, Senhor, com que afrontam a cada passo o teu ungido. |
52 | Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e amém. QUARTO LIVRO |
Capítulo 90
1 | Senhor, tu és o nosso refúgio, sempre, de geração em geração. |
2 | Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus. |
3 | Fazes os homens voltarem ao pó, dizendo: “Retornem ao pó, seres humanos!” |
4 | De fato, mil anos para ti são como o dia de ontem que passou, como as horas da noite. |
5 | Como uma correnteza, tu arrastas os homens; são breves como o sono; são como a relva que brota ao amanhecer; |
6 | germina e brota pela manhã, mas, à tarde, murcha e seca. |
7 | Somos consumidos pela tua ira e aterrorizados pelo teu furor. |
8 | Conheces as nossas iniqüidades; não escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença. |
9 | Todos os nossos dias passam debaixo do teu furor; vão-se como um murmúrio. |
10 | Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos! |
11 | Quem conhece o poder da tua ira? Pois o teu furor é tão grande como o temor que te é devido. |
12 | Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria. |
13 | Volta-te, Senhor! Até quando será assim? Tem compaixão dos teus servos! |
14 | Satisfaze-nos pela manhã com o teu amor leal, e todos os nossos dias cantaremos felizes. |
15 | Dá-nos alegria pelo tempo que nos afligiste, pelos anos em que tanto sofremos. |
16 | Sejam manifestos os teus feitos aos teus servos, e aos filhos deles o teu esplendor! |
17 | Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano. Consolida, para nós, a obra de nossas mãos; consolida a obra de nossas mãos! |
Capítulo 91
1 | Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso |
2 | pode dizer ao[162] Senhor: “Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio”. [162] Conforme a Septuaginta. O Texto Massorético diz Direi do. |
3 | Ele o livrará do laço do caçador e do veneno mortal[163]. [163] Ou da praga mortal; ou ainda da ameaça de destruição |
4 | Ele o cobrirá com as suas penas, e sob as suas asas você encontrará refúgio; a fidelidade dele será o seu escudo protetor. |
5 | Você não temerá o pavor da noite, nem a flecha que voa de dia, |
6 | nem a peste que se move sorrateira nas trevas, nem a praga que devasta ao meio-dia. |
7 | Mil poderão cair ao seu lado, dez mil à sua direita, mas nada o atingirá. |
8 | Você simplesmente olhará, e verá o castigo dos ímpios. |
9 | Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, |
10 | nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda. |
11 | Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos; |
12 | com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra. |
13 | Você pisará o leão e a cobra; pisoteará o leão forte e a serpente. |
14 | Porque ele me ama, eu o resgatarei; eu o protegerei, pois conhece o meu nome. |
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
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Capítulo 99
1 | O Senhor reina! As nações tremem! O seu trono está sobre os querubins! Abala-se a terra! |
2 | Grande é o Senhor em Sião; ele é exaltado acima de todas as nações! |
3 | Seja louvado o teu grande e temível nome, que é santo. |
4 | Rei poderoso, amigo da justiça! [171]Estabeleceste a eqüidade e fizeste em Jacó o que é direito e justo. [171] Ou O rei é poderoso e ama a justiça. |
5 | Exaltem o Senhor, o nosso Deus, prostrem-se diante do estrado dos seus pés. Ele é santo! |
6 | Moisés e Arão estavam entre os seus sacerdotes, Samuel, entre os que invocavam o seu nome; eles clamavam pelo Senhor, e ele lhes respondia. |
7 | Falava-lhes da coluna de nuvem, e eles obedeciam aos seus mandamentos e aos decretos que ele lhes dava. |
8 | Tu lhes respondeste, Senhor, nosso Deus; para eles, tu eras um Deus perdoador, embora os tenhas castigado por suas rebeliões. |
9 | Exaltem o Senhor, o nosso Deus; prostrem-se, voltados para o seu santo monte, porque o Senhor, o nosso Deus, é santo. |
Capítulo 100
1 | Aclamem o Senhor todos os habitantes da terra! |
2 | Prestem culto ao Senhor com alegria; entrem na sua presença com cânticos alegres. |
3 | Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dele[172]: somos o seu povo, e rebanho do seu pastoreio. [172] Ou e não nós mesmos |
4 | Entrem por suas portas com ações de graças, e em seus átrios, com louvor; dêem-lhe graças e bendigam o seu nome. |
5 | Pois o Senhor é bom e o seu amor leal é eterno; a sua fidelidade permanece por todas as gerações. |
Capítulo 101
1 | Cantarei a lealdade e a justiça. A ti, Senhor, cantarei louvores! |
2 | Seguirei o caminho da integridade; quando virás ao meu encontro? Em minha casa viverei de coração íntegro. |
3 | Repudiarei todo mal. Odeio a conduta dos infiéis; jamais me dominará! |
4 | Longe estou dos perversos de coração; não quero envolver-me com o mal. |
5 | Farei calar ao que difama o próximo às ocultas. Não vou tolerar o homem de olhos arrogantes e de coração orgulhoso. |
6 | Meus olhos aprovam os fiéis da terra, e eles habitarão comigo. Somente quem tem vida íntegra me servirá. |
7 | Quem pratica a fraude não habitará no meu santuário; o mentiroso não permanecerá na minha presença. |
8 | Cada manhã fiz calar todos os ímpios desta terra; eliminei todos os malfeitores da cidade do Senhor. |
Capítulo 102
1 | Ouve a minha oração, Senhor! Chegue a ti o meu grito de socorro! |
2 | Não escondas de mim o teu rosto quando estou atribulado. Inclina para mim os teus ouvidos; quando eu clamar, responde-me depressa! |
3 | Esvaem-se os meus dias como fumaça; meus ossos queimam como brasas vivas. |
4 | Como a relva ressequida está o meu coração; esqueço até de comer! |
5 | De tanto gemer estou reduzido a pele e osso. |
6 | Sou como a coruja do deserto[173], como uma coruja entre as ruínas. [173] Ou pelicano |
7 | Não consigo dormir; pareço um pássaro solitário no telhado. |
8 | Os meus inimigos zombam de mimo tempo todo; os que me insultam usam o meu nome para lançar maldições. |
9 | Cinzas são a minha comida, e com lágrimas misturo o que bebo, |
10 | por causa da tua indignação e da tua ira, pois me rejeitaste e me expulsaste para longe de ti. |
11 | Meus dias são como sombras crescentes; sou como a relva que vai murchando. |
12 | Tu, porém, Senhor, no trono reinarás para sempre; o teu nome será lembrado de geração em geração. |
13 | Tu te levantarás e terás misericórdia de Sião, pois é hora de lhe mostrares compaixão; o tempo certo é chegado. |
14 | Pois as suas pedras são amadas pelos teus servos, as suas ruínas os enchem de compaixão. |
15 | Então as nações temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a sua glória. |
16 | Porque o Senhor reconstruirá Sião e se manifestará na glória que ele tem. |
17 | Responderá à oração dos desamparados; as suas súplicas não desprezará. |
18 | Escreva-se isto para as futuras gerações, e um povo que ainda será criado louvará o Senhor, proclamando: |
19 | Do seu santuário nas alturas o Senhor olhou; dos céus observou a terra, |
20 | para ouvir os gemidos dos prisioneiros e libertar os condenados à morte. |
21 | Assim o nome do Senhor será anunciado em Sião e o seu louvor, em Jerusalém, |
22 | quando os povos e os reinos se reunirem para adorar o Senhor. |
23 | No meio da minha vida ele me abateu com sua força; abreviou os meus dias. |
24 | Então pedi: Ó meu Deus, não me leves no meio dos meus dias. Os teus dias duram por todas as gerações! |
25 | No princípio firmaste os fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas mãos. |
26 | Eles perecerão, mas tu permanecerás; envelhecerão como vestimentas. Como roupas tu os trocará se serão jogados fora. |
27 | Mas tu permaneces o mesmo, e os teus dias jamais terão fim. |
28 | Os filhos dos teus servos terão uma habitação; os seus descendentes serão estabelecidos na tua presença. |
Continue lendo - Salmos 103-150
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