No rio profundo
o sol parece outro sol
a emergir do fundo.
Pelo vão das telhas
o dia olha, e se anuncia
em vestes vermelhas.
Um grão bem miúdo...
Um nada à margem da estrada...
Um nada que é tudo.
Poucos vaga-lumes,
e a costureira não pôde
enfiar a agulha.
Ai, dos vaga-lumes!
Eles são muitos, e minha
horta é pequena!
Abel Pereira
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