Distância
Há uma várzea no meu sonho,
Mas não sei onde será...
Em vão, cismando, transponho
Coxilhas enluaradas,
Cristas serrilhadas,
Solidões do Caverá.
Leito do trevo e flechilha,
Várzea azul, da luz da lua,
Verde várzea - onde será?
No ar da tarde flutua
Fino aroma de espinilho
E de flor de maricá.
Era além do azul da serra,
Era sempre noutra terra,
Era do lado de lá...
Em vão, cismando, transponho
Poentes e madrugadas,
Intermináveis estradas
Perdidas ao deus-dará.
Há uma várzea no meu sonho,
Mas não sei onde será.
Augusto Meyer
Nenhum comentário:
Postar um comentário