Celeste - Cruz e Sousa

CELESTE 

Vi-te crescer! tu eras a criança 
Mais linda, mais gentil, mais delicada: 
Tinhas no rosto as cores da alvorada 
E o sol disperso pela loira trança. 

Asas tinhas também, as da esperança... 
E de tal sorte eras sutil e alada 
Que parecias ave arrebatada 
Na luz do Espaço onde a razão descansa! 

Depois, então, fizeste-te menina, 
Visão de amor, puríssima, divina, 
Perante a qual ainda hoje me ajoelho. 

Cresceste mais! És bela e moça agora... 
Mas eu, que acompanhei toda essa aurora, 
Sinto bem quanto estou ficando velho. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poema ao acaso