Luar - Cruz e Sousa

Luar 

Ao longo das louríssimas searas 
Caiu a noite taciturna e fria... 
Cessou no espaço a límpida harmonia 
Das infinitas perspectivas claras. 

As estrelas no céu, puras e raras, 
Como um cristal que nítido radia, 
Abrem da noite na mudez sombria 
O cofre ideal de pedrarias caras. 

Mas uma luz aos poucos vai subindo 
Como do largo mar ao firmamento — abrindo 
Largo clarão em flocos d’escumilha. 

Vai subindo, subindo o firmamento! 
E branca e doce e nívea, lento e lento, 
A lua cheia pelos campos brilha...
 
Cruz e Sousa
 
 

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Poema ao acaso