Eleição no Brasil - poesia

 Eleição no Brasil

Período de eleição é assim
Começa tudo com a convenção
Ali se organiza, se combina
E se cria a coligação

Os comitês ficam cheios
Será com que interesse?
Com de o partido apoiar
Ou um dinheirinho ganhar?
Talvez os dois, eu creio!

E no horário político 
Os candidatos usam a criatividade
Uns se fantasiam de super-herói
Outros choram de verdade
Apelam até pra Deus
Em nome da santidade

E aí vem a carreata
Nessa hora água vira gasolina
No posto ela se acaba
Mas a fila não termina
Todos querem um pouquinho
Do combustível da propina

Depois vem a passeata
É abraço e aperto de mão
Político tem que virar acrobata
Pra dar conta da adulação
Ainda tem os mau educados
Que de santinhos enchem o chão

E vão seguindo em frente
Nas casas batem nas portas
E dizem: conto com seu voto
E saem sorrindo e batendo
Aquele velho tapinha nas costas

É muro pintado pra todo lado
Bandeira agitada no sinal
É adesivo de candidato no carro
É propaganda em rede nacional
Tudo isso contribuindo pra danado
Com a poluição ambiental

Do debate na televisão
Não se aproveita nada
Só falta saírem na mão
De tanto trocarem farpas

E no palanque tem promessa
Tem reza, cantoria e oração
Discurso de todo jeito
Mentira lavada e enganação
Induzindo o povo ao erro
Na hora da votação

Então começa o discurso
Tem a palavra um sujeito
Com ar de homem direito
Segura o microfone na mão

Meus amigos e minhas amigas
Gente de minha nação
É com alegria e felicidade
Que me lanço nessa eleição
Conto com seu voto meu amigo
Venho lhe pedir com humildade
Sua confiança e colaboração
Pra melhorarmos a sociedade

Vou investir na educação
Incentivar os discentes
Aumentar a remuneração
E dar merenda decente
A essa grande população
Que tanto é carente

Vou dar casa popular
A saúde vai melhorar
Emprego vou gerar
A pobreza eliminar
Os buracos vou tampar
O pavimento vai chegar

E com a ajuda de deus conseguiremos
No fim conquistar essa vitória
Com seu voto contaremos
É sempre a mesma história
Que a cada dois anos vemos
Mas o povo não tem memória

Se tivessem lembrança
Não reelegiam político corrupto
E teriam mais desconfiança
Em época de eleição
Verificando a ficha
Dessa rama de ladrão.

Giano Guimarães (do livro "Politiquices")

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poema ao acaso