A.D. Olga de Suckow
Plenilunio de Maio em montanhas de Minas!
Canta, ao longe, uma flauta e um violoncello chora.
Perfuma-se o luar nas flôres das campinas,
subtilisa-se o aroma em languidez sonora.
Ao doce encantamento azul das cavatinas,
nessas noutes de luz mais bellas do que a aurora,
as errantes visões das almas peregrinas
vão voando a cantar pela amplidão afôra...
E chora o violoncello e a flauta, ao longe, canta.
Das montanhas, cantando, a nevoa se levanta,
banhada de luar, de sonhos, de harmonia.
Com profano rumor, porém, desponta o dia,
e na ultima porção da nevoa transparente
a flauta e o violoncello expiram lentamente.
Augusto de Lima
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