Bons Tempos - Alphonsus de Guimaraens

Bons Tempos
Bons tempos da loriga e da cota de malha,
Quando vós, meus avós das montanhas do Minho,
Balestreiros viris, vermelhos do bom vinho,
Ao sarraceno infiel ousáveis dar batalha!

As loiras castelãs, cheirando a rosmaninho,
Diziam-vos: — "Que Deus, na peleja, vos valha!"
E o saio d′armas era a querida mortalha
Que vos ia cingindo o amplo torso de pinho...

Combates pela Cruz em campos do crescente!
Fidalgos, infanções, ou gente de mesnada,
Volviam para Cristo o olhar piedoso e crente.

E vós, guerreiros, quando a morte alucinada
Surgia, para vê-la erecta, frente a frente,
Inda erguíeis a heril viseira da celada...

Alphonsus de Guimaraens

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poema ao acaso