Vanda - Cruz e Sousa

Vanda

Vanda! Vanda do amor, formosa Vanda, 
Macuama gentil, de aspecto triste, 
Deixa que o coração que tu poluíste 
Um dia, se abra e revivesça e expanda. 

Nesse teu lábio sem calor onde anda 
A sombra vã de amores que sentiste 
Outrora, acende risos que não viste 
Nunca e as tristezas para longe manda. 

Esquece a dor, a lúbrica serpente 
Que, embora esmaguem-lhe a cabeça ardente, 
Agita sempre a cauda venenosa. 

Deixa pousar na seara dos teus dias 
A caravana irial das alegrias 
Como as abelhas pousam numa rosa. 

Cruz e Sousa

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