Sou tua, Deus o sabe porquê, já que compreendo
Que haverás de abandonar-me, friamente, amanhã,
E que embaixo dos meus olhos, te encanto
Outro encanto o desejo, porém não me defendo.
Espero que isto um dia qualquer se conclua,
Pois intuo, ao instante, o que pensas ou queiras
Com voz indiferente te falo de outras mulheres
E até ensaio o elogio de alguma que foi tua.
Porém tu sabes menos do que eu, e algo orgulhoso
De que te pertence, em teu jogo enganoso
Persistes, com ar de ator do papel dono.
Eu te olho calada com meu doce sorriso,
Não és tu o que me engana, quem me
engana é meu sonho.
Alfonsina StorniTradução de Maria Teresa Almeida Pina
Que haverás de abandonar-me, friamente, amanhã,
E que embaixo dos meus olhos, te encanto
Outro encanto o desejo, porém não me defendo.
Espero que isto um dia qualquer se conclua,
Pois intuo, ao instante, o que pensas ou queiras
Com voz indiferente te falo de outras mulheres
E até ensaio o elogio de alguma que foi tua.
Porém tu sabes menos do que eu, e algo orgulhoso
De que te pertence, em teu jogo enganoso
Persistes, com ar de ator do papel dono.
Eu te olho calada com meu doce sorriso,
Não és tu o que me engana, quem me
engana é meu sonho.
Alfonsina StorniTradução de Maria Teresa Almeida Pina
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