Soneto à Julieta dos Santos - Cruz e Sousa

Soneto 
À Julieta dos Santos 

Dizem que a arte é a clâmide de idéia 
A peregrina irradiação celeste, 
E d’isso a prova singular já deste 
Sorvendo d’ela a divinal sabéia!. 

Da “Georgeta” na feliz estréia, 
Asseverar-nos ainda mais vieste 
Que és um gênio, que te vais de preste 
Tornando o assombro de qualquer platéia!... 

Sinto uns transportes fervorosos, ledos 
Quando nas cenas de sutis enredos 
Fulgem-te os olhos co’a expressão dos astros!... 

E as turbas mudas, impassíveis, calmas 
Sentem mil mundos lhes crescer nas almas... 
Vão-te seguindo os luminosos rastros!... 

Cruz e Sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poema ao acaso