Pelo Passado
Era um dia de maio... Encheu-se o Templo
De grande multidão;
Só rezavam aquelas que queriam
A paz do coração.
Eu era desse número: ajoelhei-me,
Fiz o sinal da Cruz...
Estava muito triste e desejava
Conversar com Jesus.
Ao pé de seu santo Tabernáculo
Comecei a chorar...
Lembrava-me da infância que fugira
Para nunca voltar.
E repassei na mente atribulada,
Assim, nessa atitude,
Os sonhos liriais e perfumosos
De minha juventude.
Porém, se o triste lábio murmurava
Sentidas orações,
Eu ouvia o soluço angustiado
De minhas ilusões.
De minhas ilusões que se partiam,
Dolentes e chorosas,
Como os anjos voando d’este mundo
Às plagas luminosas.
E enquanto assim aos pés do Redentor
Choviam meus lamentos...
Já no Templo de todo se extinguia
A luz dos círios bentos.
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